quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Qual prefeito eleger em Campo Belo?

Campo Belo completa hoje 137 anos. Minha querida e amada cidade! Não moro mais aí há quatro anos, mas continuo sonhando que o melhor aconteça para esse lugar tão especial.

Este ano, vou votar pela primeira vez em uma eleição municipal. Espero, de verdade, escolher as opções corretas.
Temos dois candidatos à prefeitura. De um deles, consegui acessar o plano de governo. Do outro, solicitei via inbox e ainda não fui respondida. Aguardo.

Mas, ainda sem decidir, ficam algumas indagações que eles, vereadores, assessores ou apoiadores podem me ajudar a refletir:

- ECONOMIA: Quais são as estratégias para conseguir recursos para cidade? Vocês estão por dentro da situação financeira atual da cidade? Quais as idéias para aumentar o número de empregos? E para dar apoio e subsídio a novos negócios? Como as empresas locais podem contribuir com o desenvolvimento local?

- EDUCAÇÃO: o que vocês pretendem fazer para o ensino público? Como será a valorização e cobrança do trabalho do professor? O que pode ser feito além da sala de aula? Como a escola pode ser atrativa?
No ensino superior, como aproveitar as faculdades privadas, que formam advogados, engenheiros, administradores, contadores...para traçar parcerias, oferecer oportunidades de estágios e , posteriormente, emprego para esses jovens? Como e onde aproveitar o conhecimento deles?
Como levar novas instituições? Como aprimorar o ensino a distância?

SAÚDE: o que será feito para incentivar e melhorar o trabalho de prevenção de doenças? Vocês conhecem, de perto, a realidade dos atendimentos? Campo Belo, hoje, está preparada para o que? Como fiscalizar o trabalho dos profissionais? E como oferecer as condições necessárias para trabalharem?

LAZER: pensem, qual é o lazer público, gratuito de CB? Praças? Onde mais? Como estimular as produções de eventos? Lazer não é só um show de graça por ano no dia da cidade. Como aliar isso a cultura, ao esporte?

CULTURA: como os Campobelenses podem utilizar melhor (ou conhecer!!!) os espaços como a Casa da Cultura, Museu ? Pretendem criar outros? O que pode fomentar a cultura local e valorizar os músicos, artistas, pintores, fotógrafos? Existem muitos Campobelenses escondidos, com talentos em diferentes áreas.
- Tenho orgulho de falar pra todo mundo que Campo Belo só perde pra BH em número de bibliotecas..temos 5! Como as pessoas podem usufruir melhor delas? Quais projetos podem ser desenvolvidos em parceria com as escolas ? Como incentivar a leitura?

ESPORTE: volto com a pergunta do lazer, onde em Campo Belo há espaço para praticar esporte de forma gratuita, pública, aberto? Eu conheço poucos. O esporte é decisivo para modificar a vida de muitas pessoas. Como isso pode ser desenvolvido? Onde? Como estimular isso nas escolas?

Outros pontos:
- fala-se muito que Campo Belo é uma cidade de pessoas mais velhas... é natural, porque a maioria dos jovens precisam sair daí,i infelizmente, para estudar, trabalhar e crescer. Mas para os idosos, o que eles podem fazer além de ir para praça? Onde eles podem praticar exercícios, jogar jogos, conversar, fazer artesanato, teatro, dança, informática, grupos de leitura?

- religião: respeito todas.  Vi fotos dos candidatos visitando igrejas e recebendo bençãos. Muito bom, Deus nos guarde.
Porém, como prefeitos, vocês sabem separar isso? O país, o estado e a cidade são laicos.

- vocês pensam em alguma ideia para coibir o preconceito?  Conhecem a comunidade LGBTTI? Difícil, eu imagino, pq assumir ser gay, lésbica, transgênero ... em CB é um ato de coragem, já que o conservadorismo impera. Porém, vocês governam para todos, né? Como estimular o respeito?
Como valorizar a cultura negra?
 E a mulher, quais espaços elas vão ter de se expressarem, denunciarem abusos e encontrarem apoio para possíveis violências?

Todos vão se sentir representados pela administração de vocês? Toinzinho Alvarenga, como Campo Belo vai seguir em Frente? Dr.Alisson, o que você vai fazer por amor a Campo Belo?

Infinitas dúvidas e uma esperança de respostas, principalmente, na prática.
Vários campobelenses não querem voltar a morar em Campo Belo, outros não gostam nem de visitar. Mas muitos gostariam, entretanto não é possível por ser uma cidade cheia de lacunas.
Eu vou continuar sonhando, vai que um dia acordo em uma realidade diferente.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Dona Zilete

Eu, que estou sempre correndo de um lado pro outro, fui levada a diminuir o passo para acompanhar uma senhorinha hoje.
Nos encontramos no elevador e ela já foi logo me dizendo que tinha medo e não queria ir sozinha, porque uma vez ficou presa com a netinha e custou acalmar o choro dela.
Descemos juntas e seguimos pela Rio Branco.
"Filha, se você quiser pode ir andando, porque eu demoro muito".
Respondi que minha vida já estava corrida demais e eu podia ir mais devagar.
Ela comentou que todo mundo anda muito depressa no centro e nem percebem que empurram as pessoas mais velhas.
Em um trecho pequeno, ela me contou sobre sua vida em Tombos, no Rio, os três filhos, o marido médico e a época que foi professora.
"Você já deve estar cansada de me ouvir né?".
Eu não estava, sou apaixonada por histórias. Contei que eu fazia jornalismo e ela logo disse: "Nossa, acho essa profissão tão bonita. Comunicar faz bem pra saúde". Nunca tinha ouvido isso sobre o meu curso. Eu sempre espero o comentário do jornal Nacional, da Fátima Bernardes, da Globo e etc. Mas, não. Conversar com ela, com certeza, me fez muito bem e ainda me diverti quando perguntei o seu nome...
"É Zilete. Conhece alguma?". Disse que não.
"No mundo só deve existir eu. Sabe por que esse nome? Meu pai fazia a barba todo dia e adorava a palavra Gilete. Ele queria me chamar assim. Mas, minha irmã não deixou. Ele foi lá e trocou só o G por Z. Você nunca vai esquecer!". E não vou mesmo. Já ela, pra não esquecer o meu, pegou uma canetinha e escreveu dentro do tecido da bolsa, "É Larissa com dois s?".
Despediu-se dizendo pra Nossa Senhora me abençoar e me dar um bom emprego, fazendo sinal de dinheiro com os dedos.
Amém, Dona Zilete!

Quando a 'morte' me fez feliz!

Esse ano, pela primeira vez, eu subi no palco para atuar em uma peça teatral, que foi o resultado de um curso oferecido pelo Grupo Divulgação. Sempre fui espectadora, mas tive a oportunidade de conhecer o outro lado e viver uma emoção incomparável. Representei a morte, através de uma mendiga, (Bodas de Sangue -García Lorca) e eternamente vou carregar a personagem comigo.."Essa lua, essa lua!". Venci desafios meus e coletivos. Passei a admirar e amar ainda mais o Grupo.
Só que esse amor já completou três anos, muito pouco perto dos 50 de existência. Mas, garanto, apenas o tempo é pequeno.
Desde O Doente Imaginário, não perdi uma peça! E o privilégio é todo meu. Chego a ficar ansiosa pelo próximo espetáculo.
Ontem, não foi dia de peça, mas o Fórum da Cultura estava lindo e, novamente, emocionante. Chorei do início ao fim com os atores e atrizes, do passado e do presente, cantando as músicas que fizeram parte dos espetáculos. Não sei ao certo o motivo, mas ouvir as vozes de pessoas tão especiais, relembrando histórias marcantes, me trouxeram uma grande alegria. Não me contive.
Zé Luiz e Marcinha, agradeço o trabalho que vocês realizam e por me fazerem tão bem. Quem dera se o mundo tivesse mais pessoas assim.
Aos integrantes, saibam que sou fã de cada um. Mais do que isso, tenho orgulho de ser amiga de vocês.
Desde que cheguei a Juiz de Fora, o teatro se tornou um grande amor e o GD é a personificação desse sentimento.
Parabéns pelos 50 anos!



17 coisas que eu falaria para a Lari aos 17 anos


1. Criatura, aproveite mais o seu terceiro ano. É o último do Colégio. Se preocupe menos com o vestibular. Se divirta.
2. Seja mais amiga do pessoal da sua turma e julgue menos as pessoas. Tem pessoas maravilhosas do seu lado, e você só vai descobrir isso depois.
3. Como assim você não quis uma festa de formatura ? Você ainda vai querer muitas festas.
4. Parabéns por ninguém ter te desanimado a fazer jornalismo. Quantas pessoas falaram pra vc mudar de curso né? Obrigada por ter insistido, foi a sua escolha mais certa.
5. Você não estava errada quando preferiu fazer cursinho no Cave. Isso permitiu que vc entrasse na hora exata na faculdade.
6. Você está muito enganada sobre sua vida, Lari. E nem imagina quantas surpresas boas virão.
7. Seu hábito de ler 9 livros por mês mudou muito. Primeiro, ele caiu pela metade. Depois, foi para quase zero.
8. Lembra que vc falava mal de sertanejo? Hoje você gosta e sabe todas as letras.
9. Você achava muito chato quando seu irmão dizia "Larissa vc não aproveita sua vida". Depois de um tempo você passou a concordar e deu logo um jeito de curtir mais.
10. Você vai insistir muito pra ficar sem whatsapp e demais apps. Mas, depois você vai acabar criando e ficando sempre conectada.
11. Você odeia tatuagens né? Daqui uns anos fará uma..ou umas.
12. Até hoje você não bebe bebida alcoólica, querida. Disseram que na faculdade isso ia mudar. Quem sabe ainda dá tempo?
13. Você vai conhecer muita gente legal. Elas serão decisivas na sua vida.
14. Crush: se prepara pra acrescentar essa palavra no seu dicionário.
15. Você não vai conseguir manter o contato estreito que você esperava com as suas amigas. Cada uma vai para um lado, mas sempre que vocês se reencontram é a mesma coisa. Vocês vão completar décadas de amizade.
16. Você podia controlar sua alimentação desde agora e se exercitar mais..
17. Você era legalzinha, mas que bom que você vai mudar bastante.

PS. Aos 22 anos, vai sobrar alguns resquícios dos 17. E isso vai te levar a fazer listas escrevendo bobeiras. Haha

Quanta saudade e amor podem caber em uma imagem?

Vovó Maria, seu abraço fofinho, suas orações, a rotina de reunir a família para tomar café na sua casa. Sinto uma falta danada disso. Às vezes me vem o gosto da sua coalhada síria na boca, ou o cheiro da sua sopa de legumes. Convívio pequeno, amor de sobra.
Tio Jurandir, rei dos apelidos, me chamava de Corina. De onde tirou isso eu não sei. Tão sereno e brincalhão. Junto com o vovô Osmindo, papai e Tio Tonho formavam o quarteto de homens da vovó. Os quatro, sempre juntos, todos os dias saíam antes do sol no caminhão rumo ao melhor lugar do mundo: a Fazenda Nova.
Vovô Osmindo, quem me conhece sabe que faltam palavras pra descrever nosso amor. Um elo de amizade, acima de ser meu avô. Conversas e parceria diária. Saudade que me aperta e não cessa.
E se é possível ter mais saudade, ainda tem a da infância..o gosto mais doce da vida.
PS: Tia Márcia, Papai e Netto completamm ainda o carinho enorme que tenho pela foto!


Vovó Maria, Vovô Osmindo, Netto, Tio Jurandir, Papai, Eu e Tia Márcia.

terça-feira, 5 de julho de 2016

Vai ter fim

Não está fisicamente longe
Mas, é como se estivesse

Não olha nos meus olhos
Mas, me arranca cada sorriso

Não me deixa sentir raiva
Mas, era tudo que eu queria

Não me deixa dormir
Mas, seria bem melhor sonhar

Não quero ser seu par
Mas, não queria ser pra variar

Não sei explicar tanto paradoxo
Mas, vou parar de pensar.

Vai ter fim. É sempre assim. Ainda bem.